O FERMENTO DOS FARISEUS
“... acautelai-vos do fermento dos fariseus...”
Mt. 16.6

 
Jesus, em seus dias advertiu aos discípulos e ao povo acerca do ensino promovido pelo grupo dos fariseus e saduceus, que era altamente contaminador. Não só recomendou cautela como Ele próprio atacou essas mesmas distorções, como observamos no texto. A Bíblia está repleta de advertências contra os falsos mestres. Também enumera tal prática, como sinal do fim dos tempos. O apóstolo Paulo advertiu aos presbíteros de Éfeso sobre a entrada de falsos ensinadores no meio da Igreja do Senhor Jesus, após sua partida (At.20.28-36). Hoje, não muito diferente deles, estamos vivendo dias em que o Evangelho de Cristo não é mais pregado conforme as Escrituras, mas adulterado, por pseudos-ensinadores, de acordo com as suas conveniências humanas.

Acautelai-vos do fermento dos fariseus”, deve ser uma mensagem para hoje também. A exemplo de Jesus devemos denunciar esse “pseudo-evangelho” com todas as nossas forças. Somos chamados para levar a verdade do Evangelho do Reino de Deus a todas as pessoas, de forma que não podemos nos calar. O “fermento dos fariseus” hoje é um ensino no qual encontramos as seguintes características:

1)    Materialismo (onde somos o que temos).  O Evangelho pregado hoje, em muitas igrejas e nos meios de comunicação de massa é um evangelho materialista. As pessoas são induzidas a pensar “nas coisas que são da terra e não nas que são de cima” (Cl. 3.1). São convencidas a servirem a “Mamom” (deus das riquezas) em vez de servirem ao Deus Verdadeiro (Mt. 6.24). Vêem como prioridade o reino da terra e não o REINO DE DEUS. Influenciados pela Teologia da Libertação, que ensina que pecado é a opressão social, tais ensinadores criaram uma nova teologia, a da Prosperidade – a teologia da libertação econômica. Prosperar é sinônimo da ação direta de Deus na vida daqueles que possuem fé suficiente para agradá-lo. Confundem comunhão com Deus com prosperidade. Quando Pedro e João curaram o coxo junto à porta formosa do Templo, não possuíam bens materiais, mas possuíam poder espiritual. Tal pregação tem levado às pessoas à ganância pelo dinheiro. Em vez de fé, amor, simplicidades, contentamento, têm o amor o dinheiro e ao lucro financeiro. Tal evangelho usa a Igreja e os cristãos como fonte de lucro, fazendo da Igreja um grande negócio (1Pe. 2.1-3; 1Tm. 6.5). Jesus nunca estimulou o desejo humano pelo material e sim pelo espiritual, sempre ensinou aos seus discípulos a simplicidade e o desapego material.
              I.        Mercadolatria. Muitos desses advogam-se possuidores de uma fé tamanha. Afirmam, arrogantemente que, nas suas igrejas as pessoas desenvolvem uma fé extraordinária, o que não acontecem nas demais. Porém sua pregação da fé contradiz a prática, pois, as pessoas são levadas a crer através de amuletos como: rosa ungida, sal grosso, óleo ungido de Jerusalém, anjos, etc. Tais objetos são usados com pretexto de estimular a fé, porém esquecem que a fé “...é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem(Hb.11.1). Logo o que se vê não é fé. A Bíblia diz que “...andamos por fé, e não por vista” (2Co. 5.7), e que “...sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb.11.6). A fé genuína é aquela que não precisa de externos. Então essa prática de amuletos destrói aquilo que conhecemos como fé. Um dos motivos para tais práticas idolátricas é o lucro que a venda desses objetos promove para seus cofres insaciáveis. Aliás, é bom lembrar que o amor ao dinheiro é idolatria.

2)    Hedonismo (onde o bem é o que me dá prazer). Embutido neste “evangelho” está a filosofia, causadora de tantos males históricos à teologia e a igreja, desde que foi estimulada por Tomás de Aquino, grande teólogo católico. Através desse evangelho, os cristãos são levados a pensarem que o bem é somente aquilo que dá prazer. Então, evidentemente o que não dá prazer – sofrimento, tribulação, angústia, necessidades materiais – está do lado do mal. A essa filosofia dá-se o nome de “Hedonismo”. Mas não é assim o ensino de Jesus quando diz: “No mundo tereis aflições” (Jo. 16.33). O sofrimento é também um meio usado por Deus para aperfeiçoar seu povo; é bíblico e real, tornando-se muitas vezes o instrumento de educação, correção dos filhos de Deus, transformando-se assim o mal e bem (Hb. 12.1-11).

3)    O humanismo (onde tudo tem que girar em torno do homem).
              I.        A glória dos mega-templos. Os mega-templos são construídos para a glória própria, num espírito competitivo, no intuito de reunir milhares de pessoas, aumentando assim o lucro. Esses mega-templos são impossíveis de serem pastoreados. O pastor não conhece suas ovelhas, suas necessidades, seus caminhos. Ele perde todo o contado com os membros e torna-se um líder distante, e, portanto improdutivo no exercício pastoral. Neles se escondem crentes nominais, sem compromisso com Deus ou com sua Palavra, cheios de pecados. Encontramos também ovelhas necessitadas de um pastor que não podem ter. Nos mega-templos os pastores são onipotentes, distantes e inalcançáveis; porém famosos.
            II.        O desejo de popularidade. São os “amantes das primeiras cadeiras nas sinagogas” (Mt. 23.6). Necessitam da aparição pública, de serem visto por grandes multidões. Gastam milhões de reais, que estrategicamente são tirado dos fiéis e transferidos aos sistemas ímpios de comunicação de massa, para que possam aparecer e disseminar, em sua grande maioria, “novas doutrinas”. Tais programas quase em sua maioria não estão voltados ao ensino bíblico e nem a evangelização, a grande prioridade da Igreja de Cristo. Quem dera esses mesmos milhões fossem gastos em produtivos projetos de evangelização. Esses homens trocaram o discipulado pelo proselitismo. Essas atitudes são fortemente combatidas por Jesus, quando as critica nos fariseus de seus dias.
           III.        O amor aos títulos eclesiásticos. Antigamente as igrejas eram denominadas evangélicas e tinham como seu líder maior o pastor. Hoje, tornaram-se igrejas “apostólicas”. O pastor tornou-se “bispo” e o bispo, “apóstolo” e o apóstolo “patriarca”. O que virá depois?  Arcanjo? Pois eles não vão parar. O homem tem um enorme potencial para ser amante de si mesmo, e, isso precisa ser controlado. Esses líderes perderam a visão do reino de Deus, a visão do serviço, da humildade. Não querem evangelizar os necessitados, mas produzir obras e pensamentos que os tornem famosos. Não querem ser grandes aos olhos de Deus, mas sim aos olhos humanos.
           IV.        A falta de submissão. A maioria desses “modernos fariseus” sofre de um grave mal: a falta de submissão. Eles são supostos portadores de uma nova visão ou uma nova unção que os levam a serem únicos, superiores, rejeitando assim a submissão a outros líderes, ou a convenções, concílios, etc. Donos únicos da razão estão sendo engodados por Satanás, que propaga através deles, a distorção da Palavra de Deus. Um dos grandes perigos, que pode levar uma igreja a heresia é sem dúvida a exclusividade da revelação divina. Quando alguém se diz portador único de uma verdade ele está dando o grande passo para o erro. Existe somente uma revelação verdadeira a qual devemos seguir: a Bíblia Sagrada. Nada pode substituir sua autoridade.
            V.        A busca por caminhos alternativos. A não satisfação pela simplicidade do Evangelho de Cristo faz com que esses novos profetas saiam em busca do novo. Novos caminhos, novas formas de pensar, novas experiências espirituais, nova liturgia. O culto se torna num grande espetáculo humano onde o alvo principal são as pessoas e não Deus. Tudo é feito para satisfazer o humano. Aqui surge a busca pelas novidades que tornem o culto mais atrativo, confortável e adaptado às necessidades humanas. Deus é sempre o grande ausente. Não há adoração, nem culto verdadeiro. Os cultos são realizados para a adoração a Deus e não para servir aos propósitos humanos.

4)    O Sincretismo religioso (onde o verdadeiro e o falso se unem). O sincretismo é a mistura de religiões. O que vemos hoje são igrejas, supostamente evangélicas, realizando práticas do Espiritismo, do Catolicismo Romano, de religiões orientais. Práticas que sempre foram condenadas pelo Protestantismo, agora são incorporadas ao culto como genuínas. Acrescenta-se a isso O conceito de culto é ambíguo, pois, ao invés culto, temos reuniões, "campanhas" de cura, revelação, prosperidade, etc. Desta forma a igreja determina a agenda divina e os dias em que Deus deve operar milagres ou não. Faz nos lembrar de um culto ontem após ensinar a Palavra de Deus, o Senhor Jesus resolveu curar uma mulher que estava encurvada há 18 anos. Após a libertação e cura, foi duramente criticado pelo presidente da sinagoga porque estava curando em um dia impróprio para isso.. Tais cultos têm um caráter mercantilista e explorador. Quando não são recheadas de pregações do tipo “confissões positivas”: "Você vai prosperar”, “use sua fé e prospere”, “hoje Jesus vai te curar”, “Deus vai mudar sua vida..." Não existe, portanto, na maioria dessas igrejas, uma exposição sistemática das Escrituras, no sentido de levar o povo ao pleno conhecimento da verdade, procurando tirá-lo da ignorância.

Paulo já advertia a seu filho na fé Timóteo que os últimos tempos seriam caracterizado por recusa em se ouvir a sã doutrina. Que os homens buscariam caminhos alternativos, segundo suas próprias convicções. O uso indiscriminado de “estimuladores da fé”, as sessões de cura interior, o exorcismo hereditário, estão entre as muitas práticas incorporadas ao Evangelho de Cristo. Práticas que nada tem com a tradição protestante e nem com a verdade da Palavra de Deus.

A Bíblia nos adverte sobre tempos assim em que as pessoas ajuntariam para si doutores conforme suas próprias concupiscências, que pregariam um evangelho que viria satisfazer suas próprias necessidades, desprezando a “sã doutrina” (2Tm. 4.3,4). Tempos em que os homens seriam amantes de si mesmos e amantes das riquezas.

Porém, é importante lembrar que o que faz esse fermento aumentar é a própria atitude da Igreja. Muitos de nós temos sido tendenciosos a esses movimentos e idéias. Também temos sido muito tolerantes no sentido de não falarmos contra, seguindo, às vezes, erradamente o conselho de Gamaliel. É bom lembrar que o Senhor Jesus falou duramente contra o fermento dos fariseus. Chamou-os de hipócritas e guias de cegos. Ele não foi condescendente com eles e nem tolerante. E por que não falar do apóstolo Paulo que ao repreender a Elimas, que atrapalhava sua pregação ao Procônsul Sérgio, o chamou de “filho do Diabo”, e, Paulo estava “cheio do Espírito Santo” quando o fez. É bom lembrar que na descrição da guerra espiritual que Paulo faz em Efésios 6, não temos somente armas de defesa, mas também armas de ataque. Não podemos nos calar, temos que pregar a verdade contra a mentira, e isso, repetidas vezes, vacinando o rebanho do Senhor contra esses males.


Comentários

  1. paz do senhor querido pastor olha gostei muito dos assuntos aqui postade o sr é uma benção

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  2. Tive o privilegio de ouvir esta mensagem ao vivo. Evangelho Puro e Verdadeiro.

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